quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O dia em que São Paulo parou

7 de dezembro de 2009, final da noite: a chuva começa, totalizando 1/3 do volume de chuvas esperado para o mês de dezembro. 8 de dezembro de 2009: a maior e mais importante cidade da América do Sul amanhece parada. Uma centena de pontos de alagamento, muitos deles intransponíveis. Mais 4 mortos. Muitos deslizamentos, pessoas ilhadas, quantos contrairão alguma doença decorrente da água suja que se espalha pelas ruas, é difícil dizer.

O conglomerado impermeável no qual São Paulo se tornou é o resultado do crescimento desenfreado desta cidade. As chuvas intensas, dizem, resultado do aquecimento global.

Vamos parar e pensar um pouco.

Tudo que vivemos no mundo de hoje é resultado de tudo que a humanidade tem feito desde que pisou neste planeta. A Revolução Industrial teria dado início ao que provocou o já mencionado aquecimento global e cujas consequências são conhecidas e debatidas, de maneira substancial, há pouco tempo, menos de uma década. Porém, nos últimos anos, poucos que têm acesso à TV, à internet, aos jornais ou a qualquer veículo de disseminação de informação nunca ouviram falar sobre o caminho que o planeta Terra vem trilhando “graças” à ação humana. Falta de água, superaquecimento, desastre naturais. Some-se a isso, no caso de São Paulo, o solo impermeável, de concreto, que não permite que a água das chuvas encontrem vazão. Lixos distribuídos pela rua tapam bocas de lobo.

Se todos sabem o que acontece, se todos sabem dos problemas do planeta e, mais especificamente no caso de São Paulo, se todos sabem que em toda primavera-verão é a mesma história, chuvas e enchentes para dar e vender, por que nada é feito? Por que nada é cobrado? Por que com o fim da época das chuvas a população se esquece do caos que vive todos os anos?

É um caso a se pensar.